Os parlamentares eleitos em 2022 vão tomar posse apenas no primeiro de 2023, mas as articulações para a disputa da presidência da maior casa legislativa, a câmara dos deputados, já estão esquentando os bastidores do poder.
JOGO DO PODER.
A eleição deve ocorrer apenas em fevereiro, mês que para muitos brasileiros significa o fim das férias, mas para o novo governo de Lula é fundamental, pois o novo presidente deseja colocar suas promessas de campanha na pauta do legislativo.
O ex-presidente do senado e aliado de Lula, senador alagoano Renan Calheiros, defende abertamente que a nova base governista não apoie o atual presidente da câmara progressista e bolsonarista de Arthur Lira e tenha um candidato competitivo capaz de devolver o controle do orçamento público ao poder executivo.
Circula nos bastidores do poder que Renan Calheiros é o principal articulador da candidatura do seu colega de partido, o ex-ministro e ex-senador cearense Eunício Oliveira, para ser o candidato da base do novo governo.
LULA ESTÁ JOGANDO PARADO
Lula, é um experiente negociador, sabe que um dos grandes erros da ex-presidente petista Dilma Rousseff foi brigar contra a candidatura de Eduardo Cunha mesmo sem ter um rival à altura, o presidente eleito sabe da força da cadeira e da caneta de Lira em uma disputa por reeleição e sabe que precisa do apoio do poderoso Lira para fazer as suas promessas eleitorais entrarem no apertado orçamento bolsonarista e diz publicamente que não é papel do presidente da república interferir na eleição legislativa.
Aqueles que acompanham atentamente os bastidores do poder sabem que a cadeira e a caneta presidencial tem força na disputa legislativa e por isso tanto o novo presidente quanto a presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal paranaense Gleisi Hoffmann preferem publicamente, não, selar qualquer tipo de compromisso eleitoral público seja com o candidato bolsonarista Lira ou com qualquer outro candidato, mas estão atentos a tudo que acontece nos bastidores do poder, pois sabem que o caminho até fevereiro é muito duro.
O MDB que faz parte da equipe de transição e deve ocupar cadeiras muito importantes na nova equipe ministerial, elegeu 42 deputados e para conseguir a presidência da câmara é fundamental garantir o apoio da federação liderada pelo Partido dos Trabalhadores e outros partidos que desejam fazer parte da base governista para que o experiente Eunício Oliveira seja minimamente competitivo.
Renan Calheiros faz parte da equipe de transição de governo e vai lutar até o último dia de janeiro para derrubar seu rival.