A realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2020, um ano marcado pela pandemia do novo Coronavírus, é duramente criticada pelo secretário da Educação do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues. Para o secretário, manter as provas, cujas inscrições foram abertas nesta segunda-feira (11) e seguem até 22 de maio, é uma “decisão autoritária e equivocada do Ministério da Educação”. O secretário já oficiou o INEP/MEC, solicitando o adiamento do ENEM para 2021, pós-pandemia, para uma nova data a ser dialogada com estudantes e secretários estaduais de Educação.
“Realizar o ENEM em ano de pandemia é um erro grave do MEC. É desconsiderar a realidade social da maioria dos estudantes. A SEC está disponibilizando conteúdos, mas a situação é mais difícil para aqueles que moram em áreas remotas, na zona rural, nos quilombos, nos distritos e até mesmo nas periferias dos municípios, por não terem acesso à internet”, ponderou Jerônimo Rodrigues.
Para o secretário, as condições de acesso ao Ensino Superior devem ser asseguradas para todos e que a realização do ENEM, neste contexto, exclui ainda mais os menos favorecidos. “Adotaremos todas as medidas necessárias para tentar adiar a realização do ENEM. Já conversamos com o CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e com o próprio INEP sobre o adiamento. Entretanto, as inscrições já estão abertas. Então, a nossa obrigação é assegurar que os estudantes baianos estejam inscritos, enquanto tentamos mudar essa decisão”, ressaltou Jerônimo Rodrigues, ao orientar as escolas a abrirem para o apoio aos estudantes que não têm acesso a computadores e à internet para que façam suas inscrições.
Por isso, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia elaborou orientações sanitárias e de logística para as escolas atenderem aos estudantes. O documento está disponível no Portal da Educação (wwe.educacao.ba.gov.br) e também está sendo enviado para todas os Núcleos Territoriais de Educação (NTE) e os gestores escolares. Segundo Jerônimo Rodrigues, 138 mil estudantes da rede estadual de ensino na Bahia devem fazer o ENEM e destacou como fundamental a parceria com as prefeituras, os secretários municipais de Educação, o movimento estudantil e a imprensa para garantir que um maior número de estudantes faça a inscrição para o exame.